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quinta-feira, 25 de maio de 2023

Complexo turístico Carimã - Pt. 2

(Continuação do relato escrito em 14/09/2020) Sexta, 11: A cachoeira seguinte, ou anterior, dependendo do ponto de partida, é a Cachoeira do Paredão e fica num local bem fechado, quase como um corredor, e o córrego também é estreito, alargando um pouco próximo à queda da última cachoeira. Também é possível chegar à queda, aliás, em todas é possível, mas é bem escorregadio nesta parte. O legal é ficar na "banheira", pois o córrego segue por entre duas paredes rochosas estreitas e dá para ficar sentado relaxando. A parte mais funda, e estreita, deve ter 1,70m de profundidade, lembrando que eu fui no final da época seca.

Cachoeira do Paredão

Próximo à queda da Cachoeira da Barra

A próxima cachoeira é a que tem a vista mais bonita. Fica acima do paredão que forma o cânion por onde passa o Rio Ponte de Pedra e forma uma "piscina" meio redonda, daí o nome da queda ser "Cachoeira da Piscina". Seguindo a trilha, tem um trecho grande que passa por dentro do córrego e é chamado de "Trilha do Silêncio", pois, realmente, o barulho é mínimo, dando para ouvir apenas a natureza, os animais se mexendo, os pássaros cantando e, bem longe, a água caindo. Todas as vezes que passei ali, eu diminuí a velocidade para fazer o mínimo de barulho possível (o que só foi possível até este dia. No final de semana chegaram turistas e foi impossível ter silêncio absoluto em qualquer parte da trilha ou do acampamento).

Vista do cânion acima da Cachoeira do Paredão, com a Cachoeira da Piscina atrás de mim, à minha direita


Cachoeira da Piscina, com a "piscina" rasa

O Rio Ponte de Pedra

Final da Trilha do Silêncio


Beija-flor-tesoura-verde (Thalurania Furcata) macho

Pipira-da-taoca (Eucometis Penicillata) macho

Pica-pau-pequeno (Veniliornis Passerinus) fêmea

Beija-flor-tesoura-verde (Thalurania Furcata) macho

A Trilha do Silêncio


Contemplem o silêncio

Após este trecho silencioso, cheguei na Cachoeira da Mata, por ter muitas árvores ao redor, talvez. Ali eu passei um pouco mais de tempo, banhando no poço. Num certo momento, eu estava submerso, apenas relaxando embaixo d'água, quando ouvi um barulho forte. Levantei, bem devagar, para ver o que era: um galho de Buriti, uma palmeira alta, comum no cerrado e próxima de água, caiu a uma distância de 2 ou 3m de mim. Por pouco não me acertou. Logo acima desta, está a Cachoeira da Caverna. Não diria que é uma caverna, exatamente. Nem que é uma cachoeira. É uma corredeira com alguns degraus em uma parte coberta por rochas. Mas não tira a beleza do local.

Cachoeira da Mata

O galho que caiu

Acima da Cachoeira da Mata




Cachoeira da Caverna

Subindo mais um pouco, acima da "caverna", tem uma área rochosa grande, que deu a impressão de ser coberta por água na época cheia. Após esta área, mais uma cachoeira. Por ser só rocha, não tem poço pra nadar, mas dá pra ir tomar uma massagem. E, por falar em massagem, a cachoeira seguinte é a da Hidromassagem. São duas quedas, com um mini poço entre as duas, formando quase que uma banheira. Daí o nome. Lembrando que eu estou voltando, então esta é a 3ª cachoeira do complexo. Neste ponto, já tinha gente, enquanto eu voltava. Seguindo por dentro do córrego, rapidamente cheguei até à última cachoeira do meu caminho, que é a 2ª do complexo todo, mas a 1ª da trilha (porque a 1ª cachoeira está afastada da trilha, bem mais acima do córrego). Esta é a ideal para quem vai com criança. Fica bem ao pé da escada que dá acesso à trilha e possui o maior poço para banho, porém bem raso, com exceção de uma pequena parte do lado direito. Como tinha um pouco mais de gente nela, fiquei pouco tempo e voltei e ainda deu tempo de pegar o almoço. O resto da tarde, fiquei fazendo nada, até o final da tarde, quando desci à 1ª cachoeira, a mais perto da pousada onde estava. De noite, começou a chegar um monte de gente para passar o fds e começou o inferno de músicas sendo tocadas em volumes desumanos. Acabou a paz e o silêncio, até o da trilha do silêncio.

Continua no próximo relato.

sexta-feira, 19 de maio de 2023

Complexo turístico Carimã - Pt. 1

(Relato escrito em 14/09/2020) Na quarta, 09, tirei o dia para descansar e ir ao mercado comprar comida para levar no passeio da quinta, 10. O Junior tinha me falado da Carimã, um local com 9 cachoeiras, onde daria para eu acampar e pra cá eu vim. Ele conversou com a dona do local e pediu pra ela não cobrar hospedagem, somente a alimentação. Saí um pouco tarde, para variar um pouco. Novamente, deixei algumas coisas na casa do Junior e fui só com o suficiente para passar alguns dias. Comecei os 56km de pedal às 8h e cheguei às 13h30. Quando era meio dia, vi que ainda faltavam 8km. Sentei numa sombra e almocei a marmita que tinha comprado no dia anterior. 

Enquanto eu almoçava, este jovem Saí-azul (Dacnis Cayana) macho parou ao meu lado

Ao chegar, a Márcia, dona de uma das pousadas do "Complexo turístico Carimã" e com quem o Junior havia conversado, disse pra mim: "Finalmente chegou!!". Felizmente ela atendeu ao pedido do Junior e não cobrou a hospedagem, porque quando eu vi que o camping é R$40,00, eu teria ido embora se precisasse pagar. Mesmo este valor dando acesso a todas as cachoeiras - que são pagas em caso de day-use - e com café-da-manhã, ainda tá acima do normal (pra mim). Principalmente se levar em conta que o quarto também dá tudo isso e tava R$70,00.

Neste primeiro dia, visitei apenas a 1ª cachoeira, que fica próxima à pousada da Márcia e separada da trilha que leva às outras 8. Tinha pouca gente, pois era quinta-feira, mas não estava deserta. Uma queda mais ou menos da minha altura, 1,80m e um poço bem raso de água cristalina. O acesso se dá atravessando o rio e seguindo uma trilha de 15 ou 20m, mas o burro aqui não leu a placa e seguiu por um caminho mais difícil. Quando consegui descer por este caminho, escorreguei numa pedra e minha bolsa, que estava com a câmera, molhou. Felizmente, eu envolvo a câmera em um shorts e molhou só por fora, não chegou a pegar na câmera. Eu também tirei rápido da água. Eu posso ficar na água, ela não! Fiquei por volta de meia hora na água, porque é só esta cachoeira neste trecho, não tem profundidade e eu precisava montar minha barraca. Também estava louco para tirar a bermuda de ciclismo. Ela ajuda no conforto durante o pedal, mas é horrível fora da bike. Principalmente depois, quando se está suado e sujo.

A primeira queda

Logo após a queda

Lugar lindo



Um Bem-te-vi (Pitangus Sulphuratus) se exibindo

Um Sanhaço-cinzento (Thraupis Sayaca) macho

Acima da queda


Pica-pau-do-campo (Colaptes Campestris) macho

Pássaro-preto (Gnorimopsar Chopi)

Gralha-cancã (Cyanocorax Cyanopogon)

Depois de montar a barraca, fiquei conversando um pouco com a Márcia, antes e depois do jantar, mas logo fui deitar. Lá não tem wi-fi liberado, somente para uso da pousada\restaurante, mas o filho da Márcia, Kauê, me liberou o uso após os hóspedes irem embora, contanto que eu só usasse para whatsapp. Apenas entrei em contato com minha família e deitei.

Sexta, 11. Acordei cedo, pelos pássaros e porque dormi cedo. Tomei o café da manhã e fui para a trilha. A Márcia me falou que a trilha toda, ida e volta, daria umas 3h de duração, sem contar o tempo de parada para banho. Então, levei comida, pois não sabia se daria tempo de chegar para o almoço. Decidi ir direto até à última cachoeira e ir parando para banho e fotos na volta. Em alguns trechos, segue-se por dentro do rio, chamado de Córrego Água Fria (e nem era tanto assim) e em outros, é preciso descer escadas colocadas para auxílio. Porém, no final da trilha, chegando na última cachoeira, tem uma descida um pouco mais complicada, onde existem cordas de apoio, mas a queda é quase garantida. Nada que machuque, apenas um escorregão de bater a bunda no chão.


Amanhecer na pousada, onde acampei. Minha barraca e a Frankenstina ao centro


O restaurante ao centro com o prédio dos quartos à esquerda


Um dos quiosques à direita e os banheiros ao centro

Ferreirinho-relógio (Todirostrum Cinereum) macho

Ferreirinho-relógio (Todirostrum Cinereum) macho

Arara-canindé (Ara Ararauna)

Choca-barrada (Thamnophilus Doliatus) macho

Tucanuçu (Ramphastos Toco)

Início da trilha das cachoeiras

Um Beija-flor não identificado

Vista maravilhosa de natureza intocada, ou pouco tocada

Ainda no início da trilha

Local onde é cobrada a entrada aos finais de semana para quem não está hospedado em uma das pousadas existentes lá

Após a portaria, início da descida ao vale do Córrego Água Fria

Cheguei na cachoeira e valeu MUITO a pena. É alta, por volta dos 30m, com água bem clarinha, que deságua no Rio Ponte de Pedra bem ali aos pés dela. Portanto, é possível curtir os dois. A massagem da cachoeira em água rasinha e o rio, mais fundo, para brincar, pular e nadar. Neste dia, porém, não tive coragem de me arriscar no rio. Também é possível ir atrás da queda. Aliás, a trilha segue por trás dela, mas eu desci antes e atravessei pela água. Como era sexta de manhã, tive o local só para mim!! Depois de comer, tomar banho, tirar fotos e apreciar o local, iniciei o trajeto de volta.

Já no final da trilha, o Rio Ponte de Pedra

Rio Ponte de Pedra

Cachoeira da Barra, a última da trilha do Córrego Água Fria. Nas minhas costas, a foz do Córrego, desaguando no Rio Ponte de Pedra

O Rio Ponte de Pedra corre por praticamente um cânion neste trecho

A trilha que segue por trás da cachoeira


Atrás da Cachoeira da Barra


Vista de cima

Continua no próximo post.